Cristiano Ronaldo na UCL

Real Madrid cai, se ergue e mostra que ainda é o maior europeu

Não faltou emoção, tensão e medo na partida entre Real Madrid e Juventus. Após vencer a Juventus na Itália por 3 a 0, os merengues se surpreenderam ao levar os mesmo três gols jogando em casa. Mas prevaleceu a insistência e comprometimento dos jogadores, que mesmo na pior circunstância possível (o Real Madrid nunca ficou três gols atrás no placar em toda história de competições europeias), não demonstraram desânimo e acreditaram novamente em sua habilidade de resistência e força na Liga dos Campeões, um rótulo justificado e que ninguém é capaz de contestar. E nem copiar, pois só o Real Madrid tem. A atuação memorável da Juventus, que com certeza serviu de lição para os jogadores do clube espanhol, fez com que todo torcedor madridista sentisse pontadas no coração. A partir do terceiro gol da Juventus, o Real Madrid demonstrava certo temor e via a Juventus crescer em campo. Mas passado os 90 (na verdade, 96) minutos, esse pesadelo será apenas uma lembrança muito difícil de esquecer.

Classificado para as semifinais pela oitava temporada consecutiva, e pela 29ª nona vez em sua história, uma marca que mantém uma média de uma semifinal a cada duas edições. E não foi uma casualidade o ocorrido no Berbabéu. Não foi apenas uma partida onde o único marcado fez a diferença e nada além disso. Foi um jogo onde um polêmico pênalti assinalado no (santo) minuto 93 decidiu o resultado. Nunca uma derrota foi tão aliviadora para o campeão mundial de resistência.

A Juventus não é uma equipe em declive, mesmo com o contínuo desejo de desvalorizar os méritos do Real Madrid, pela partida em Turim. É um time campeão e que sabe competir como campeão. O primeiro tempo da Juventus foi assustador, inacreditável. Começou com intensidade e pressão, dando tudo de si desde o primeiro segundo. Logo no primeiro ataque, com dois minutos de jogo, abriu o placar com Mandzukic, após um cruzamento perfeito do ex-madridista Sami Khedira, mostrando aos torcedores que não é tão ruim quanto pensam.

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E quando a partida parecia estar equilibrando-se, com o Real mais presente no campo de ataque, a Velha Senhora fez o segundo. Aos 37’, em outro cruzamento da direita, dessa vez feito por Lichtsteiner, Mandzukic cabeceou firme e mandou a bola entre Navas e a trave, que poderia ter sido mais eficiente. A partir daí, a postura da Juventus foi intensa atrás do gol, com Douglas Costa aterrorizando a defesa blanca com transições em velocidade. Os comandados de Zidane se perderam em campo com a falta de Sergio Ramos, que dava alma e força ao setor defensivo.

O Real Madrid tentava sem parar. Casemiro estava fazendo sua função roubando bolas, mas ainda é relutante em assumir um protagonismo e presença mais imponente, como fazia em outras ocasiões. Enquanto Matuidi anulava Modric no meio campo, Isco e Bale não conseguiam ser eficientes na criação. A Juventus, que estava mais organizada e intensa do que na partida em Turim, tomou controle absoluto da situação.

As jogadas insistidas com Isco, que carregava a bola de uma lateral a outra buscando espaços, não surtiam efeito. Quando o time passou a acertar mais o toque e encontrar-se em campo, o gol de desconto até chegou a sair dos pés de Isco, mas foi anulado de maneira equivocada.

Já era esperado, por conta do estado da partida, que o Real Madrid poderia puxar o freio de mão, uma vez que os laterais participavam intensamente no ataque e defesa e poderiam estar esgotados caso precisassem conter as subidas de Douglas Costa ou Mandzukic. O sentimento que tomava conta do Bernabéu era de incredulidade. A chegada mais perigosa de gol foi em uma cabeçada de Varane, que parou em ótima defesa de Buffon.

O segundo tempo foi uma batalha de nervos para o Real Madrid, especialmente por estar jogando praticamente sem Modric, já que Matuidi era sua sombra, tornando-o ineficaz. A entrada de Lucas Vasquez e Marco Asensio, nos lugares de Casemiro e Gareth Bale, era um sinal claro de que Zidane exigia um gol o quanto antes, para tranquilizar time e torcida. Mas a Juventus seguiu fazendo sua parte, inibindo qualquer tentativa de infiltração do time merengue. E no momento em que o Real Madrid aparentava estar mais perdido em campo, Keylor Navas salvou um chute de Higuain que tinha endereço certo. Era possível sentir a tensão no ar, em uma situação que já previa e esperava o terceiro gol. O time da casa não podia cometer um erro sequer, porém Navas conseguiu fazer pior do que isso. Após jogada de Douglas Costa pela lateral, o brasileiro cruzou para área na direção das mãos de Keylor Navas. O que ninguém esperava é que o costarriquenho não conseguisse segurar a bola direito, deixando escapar limpa para Matuidi fazer o terceiro gol.

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Ainda faltavam 30 minutos para o fim da partida, o que deixava o Real Madrid em uma situação extremamente delicada, o que deixou os madridistas em pânico. Caso fizessem mais um gol, seria dois sofrer dois gols para ser eliminada. E a Juventus estava mais perto do quarto gol do que o Real Madrid do primeiro

Poucas equipes lidam com tais situações tão bem quanto o campeão italiano. As opções no ataque do Real Madrid não era eficientes. A Juventus começou a jogar sem riscos, lidando bem com a situação do jogo. As tentativas de ataque eram sempre nulas, já que a Juventus se defendia muito bem, focada e determinada. Seu orgulho, que tinha sido ferido quando jogou em casa, mas agora devolvia a mesma situação em cima do campeão europeu, time do melhor jogador do mundo. Buffon jogava com o coração, focado, determinado a ser o herói a frente desse time. Mas até quando o campeão europeu aparenta estar abatido e sem criatividade, encontram uma luz no fim do túnel. É o que diferencia times grandes de times gigantes.

Já nos acréscimos da partida, quando pouquíssimos tinham esperança, a esperança foi alimentada. O abençoado Minuto 93 surgiu novamente, quando Toni Kroos levantou a bola na área, Cristiano Ronaldo escorou para trás na direção de Lucas Vásquez. Mas antes que o espanhol chegasse à bola, o zagueiro Benatia o tocou por trás e Lucas caiu no chão. O árbitro Michael Oliver assinalou pênalti no mesmo instante. Sequer hesitou.

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Muito tempo se passou até que o goleiro polonês Sczesny entrasse em campo, enquanto Cristiano Ronaldo aguardava calmamente na marca da cal, com a bola e suas mãos. A oportunidade de redenção do Real Madrid estava, mais uma vez, nos pés do camisa 7. Mas o português não sabe o que é pressão, e mostrou que, sempre que está em campo, quem sente pressão é o adversário. Sua cobrança foi de uma perfeição absurda, indefensável, forte e no alto, como deve ser feito.

O sentimento da Juventus certamente era semelhante ao de fracasso ou morte. Uma reação tão incrível e inesperada ser interrompida por uma decisão que, na visão de muitos fãs de futebol (que até inclui alguns torcedores do Real Madrid), foi errada.

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O grande problema da Juventus foi não entender que, quando se trata de Liga dos Campeões, o Real Madrid estará forte até em seus momentos mais fracos. Thurman Thomas Womens Jersey